Guardião do Tempo: Arquivo Histórico Amadio Vettoretti preserva a história de Tubarão

“Aqueles que não conseguem lembrar o passado são condenados a repeti-lo” – George Santayana.


Fotos, documentos, livros, atas, escritos. Toda a história de Tubarão está dentro do Arquivo Público e Histórico Amadio Vettoretti, que é desconhecido por grande parte da população tubaronense. Não faltam acontecimentos, como a chegada do primeiro bispo para a Diocese de Tubarão, Dom Anselmo Pietrulla, ou a enchente de 1974, que assolou a cidade e deixou milhares de desabrigados e centenas de mortos.

Criado em 1990, o Arquivo Público e Histórico de Tubarão começou a ser constituído em 1986, quando o prefeito Miguel Ximenes de Mello Filho propôs ao professor Amadio Vettoretti a missão de pesquisar profundamente a história da cidade.

Atualmente, o historiador e professor Paulo Henrique Lúcio, é um dos responsáveis por manter o arquivo ainda ativo. Localizado em anexo à antiga estação da Piedade, hoje antigo terminal rodoviário, o professor Paulo comenta que este é o melhor lugar para o funcionamento do arquivo.

“Preservar o arquivo é um dever, até pela memória, de um dos historiadores que foi Amadio Vetoretti, que muito lutou para que isso existisse. Com o tempo, o arquivo ocupou vários espaços, na Câmara de Vereadores ou no Centro Municipal de Cultura. Hoje ele está aqui, e como historiador, creio que é o melhor lugar”, explica Paulo.

Foto da Avenida Acácio Moreira na enchente de 1974

Como explicado pelo professor Paulo, o arquivo já esteve localizado em diversos espaços, incluindo uma sala no Edifício Stan. Ao longo dos anos, passou a receber documentos, como a acervo do Cartório Cabral, livros do fundo judiciário, contribuições de várias pessoas, jornais e outros documentos.

Por causa do crescimento, o acervo teve de ser transferido para o 2º piso da antiga Estação da Piedade, que atualmente funciona como um terminal rodoviário, espaço para camelódromo e por carrinhos de lanches.

Mesmo que o arquivo esteja localizado em um patrimônio histórico, o lugar está sendo utilizado de uma forma indevida, segundo o presidente da Fundação de Cultura de Tubarão, Ramires Linhares.

“É um local privilegiado, é um patrimônio histórico protegido, pois ele representa bem as nossas origens, mas está sendo utilizado de uma forma indevida. A ideia para aquele espaço é que ele seja todo cultural. Então, o arquivo está hoje localizado num ambiente que a gente acha propício para o arquivo. O problema é que o restante do prédio não está sendo todo usado para a cultura”, pontua Ramires Linhares.

Em 2013, o arquivo recebeu o nome de seu idealizador e tutor, o historiador Amadio Vettoretti. Atualmente, o Arquivo é o maior e mais organizado da região sul do estado, e um dos mais importantes de Santa Catarina.

Decreto que declara Estado de Calamidade Pública em Tuabrão no ano de 1974

Costumeiramente, o local recebe estudantes das escolas da região, pesquisadores e universitários dos mais diversos locais do Brasil, além de jornalistas, historiadores e comunidade em geral. 

Preservar a história de Tubarão é importante, para que futuras gerações possam conhecer muito mais de seus antepassados e de toda a trajetória do povo da Cidade Azul. A monitora de pesquisa do arquivo história, Márcia Benedetti Ingracio, comenta que há muito material sendo digitalizado.

“Temos todos os documentos livres para se ter acesso, para que as pessoas consigam ver e pesquisar. Temos jornais, documentos históricos, fotos, e estamos preparando a digitalização dos documentos. Em breve o pessoal pode ter o acesso, e é muito bom que as pessoas passam a ter um melhor acesso à cultura e à história da nossa cidade”, diz Márcia.

O Arquivo Público e Histórico Amadio Vettoretti fica aberto das 13 às 19 horas, e está localizado no antigo terminal rodoviário, que fica na Avenida Marcolino Martins Cabral, no Centro.

Essa matéria faz parte das reportagens especiais de toda segunda-feira.

Fotos: Gabriel Rodrigues/Rádio Tubá

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