A história da Proclamação da República no Brasil

Militares insatisfeitos e idealistas republicanos derrubaram o império liderado por Dom Pedro II.


O Brasil conta com diversos fatos históricos que acabam culminando em conflitos internos e externos, golpes, insatisfação política, e tantos outras histórias contadas nos livros. E hoje, dia 15 de novembro, há 134 anos, foi proclamado por Marechal Deodoro da Fonseca a República do Brasil.

Considerado um golpe militar, mas sem derramamento de sangue, a proclamação da República substituiu o Império do Brasil, que perdurou no país de 1822 (quando se tornou independente) a 1889. Embora sabido por Dom Pedro II que um dia a nação se tornaria uma república, seu reinado de quase 50 anos acabou de forma melancólica e uma morte dois anos depois.

Contexto para a formação de uma república

O país vinha de uma crise na década de 1870 após a Guerra do Paraguai (1864 – 1870), que devastou as finanças e o poderio militar do Brasil, e até mesmo a província (chamado agora de estado) do Rio Grande do Sul. Inspirados pelo movimento filosófico do Positivismo de Auguste Comte, idealistas e militares insatisfeitos se uniram em prol da derrubada do poder imperial.

Dom Pedro II, com problemas de saúde, estava ausente das questões políticas do país, o que abriu brecha para que os republicanos utilizassem a imprensa para idealizar uma república e atacar o imperador. Embora boa parte dos militares apoiassem a instauração de uma república, a Marinha era a grande defensora do reinado.

Causas da Proclamação da República

Por causa da crise do Segundo Reinado, o movimento positivista em alas do exército brasileiro ganhava força. O movimento republicano se apresentou como uma solução viável para acabar com a crise, e conseguiu ter apoio de boa parte da elite. No entanto, teriam de confrontar um povo que apoiava veementemente o imperador, que era uma figura política de grande importância na América e no mundo.

Uma das causas da derrubada do império foi a questão militar. Dom Pedro II impediu que os militares participassem da política, mesmo após a vitória na Guerra do Paraguai. O exército se mostrava a única solução e vangloriava de ter vencido a guerra, sempre deixando de lado o apoio que a Marinha efetuou na batalha. 

A questão religiosa também foi um dos motivos de atritos entre o império e católicos. A Igreja Católica brasileira procurava seguir as normas vindas do Vaticano para combater a maçonaria, movimento que crescia no Brasil e tinha a família imperial como adepta. Bispos brasileiros proibiram que os maçons participassem de qualquer ordem religiosa, o que acabou deixando o império descontente e mandando prender alguns bispos. 

Um ano antes da proclamação, em 1888, ainda houve o fim da escravidão, o que colocou fazendeiros contra o império, visto que muitos escravizados ainda estavam sob domínio de poderosos. A abolição aconteceu sem nenhum pagamento de indenização.

O poder na mão de militares importantes

O povo, sem muito entender o que acontecia, viu militares instaurarem a república no lugar da monarquia e, consequentemente, assistiram ao exílio de Dom Pedro II do país. O ex-imperador viveu até 1891, quando faleceu devido à sua saúde ter deteriorado. 

Marechal Deodoro da Fonseca, que havia proclamado a república e era um militar monarquista e amigo de Dom Pedro II, foi o primeiro presidente do Brasil entre 1889 a 1891. Por conta de crise econômica e pressão do Congresso, que ele mesmo realizou a dissolução, Deodoro renuncia e entrega o poder ao vice-presidente, Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro. Floriano recebeu o apelido após combater firmemente as revoltas da Armada e Federalista.

O fim de Dom Pedro II

Banido do próprio país que nasceu e governou, Dom Pedro II era muito respeitado fora de sua nação. Ele se estabeleceu na França, país o qual o recebeu de braços abertos. O político faleceu em decorrência de uma pneumonia aguda, e seu último pedido era de que terras de províncias brasileiras fossem colocadas em seu caixão; o pedido lhe foi concedido. 

Longe do Brasil, a princesa Isabel, filha de Dom Pedro II e sucessora do trono, aceitou o pedido do governo francês de realizar um Funeral de Estado em Paris. Diversos representantes políticos de vários países, e até mesmo ex-governantes monárquicos da Europa se fizeram presentes. É dito que o funeral reuniu mais de 300 mil pessoas.

O governo republicano do Brasil tentou abafar a repercussão, mas sem sucesso. O povo se uniu e prestou homenagens ao ex-imperador, que era considerado um herói. Comércios foram fechados, tarjas pretas nas roupas foram colocadas e missas solenes foram realizadas. Nos últimos anos, a monarquia e o imperador haviam recebido muito carinho do povo brasileiro, bem como tiveram um aumento na popularidade.

O corpo de Dom Pedro II havia sido sepultado em Portugal, e somente em 1921 que seus restos mortais e o de sua esposa, Dona Teresa Cristina, imperatriz consorte do Brasil, retornaram ao Brasil. Eles estão sepultados na Catedral de São Pedro de Alcântara, localizada em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

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