Santa Rosa de Lima é reconhecida como capital nacional da meliponicultura
Cidade se destaca pela prática da criação de abelhas sem ferrão
Santa Rosa de Lima, um pequeno município em Santa Catarina, conquistou recentemente o título de Capital Nacional da Meliponicultura, destacando-se pela prática da criação de abelhas sem ferrão.
Esse reconhecimento foi oficializado pela Lei 14.949/24, sancionada pelo presidente Lula e publicada no Diário Oficial da União em agosto de 2024. A proposta de lei, de autoria do deputado Darci de Matos, foi aprovada na Câmara dos Deputados, ressaltando a importância dessa atividade para o desenvolvimento econômico e ambiental local.
A diferenciação entre meliponicultura e apicultura é crucial nesse contexto. Enquanto a apicultura foca na criação da Apis melífera, as abelhas nativas sem ferrão, como a jataí, a mandaçaia e a borá, são o foco da meliponicultura. O município abriga atualmente mais de 25 mil colônias matrizes de 31 espécies diferentes de abelhas, o que é impressionante considerando a população local de aproximadamente 2.088 habitantes.
Jean Carlos Locatelli, meliponicultor pioneiro na região desde o final dos anos 1990, liderou a ampliação dessa prática em Santa Rosa de Lima. A cidade tem favorecido a atividade devido à sua topografia, que, segundo a senadora e relatora do projeto Ivete da Silveira, contribui significativamente para a criação de abelhas. Além disso, a cidade tem feito esforços para integrar a meliponicultura no cenário social e educacional, com projetos em escolas e unidades de saúde.
As abelhas sem ferrão desempenham papéis vitais nos serviços ecossistêmicos, como bioindicadoras e polinizadoras essenciais para a segurança alimentar global. Especificamente em Santa Rosa de Lima, a espécie Guaraipo (Melipona bicolor) é notável por sua contribuição à biodiversidade local. Essa abelha social, inclusa na lista de espécies ameaçadas de extinção, demonstrou ser fundamental na conservação e recomposição da vegetação nativa.
O impacto econômico da meliponicultura também é notável, proporcionando sustento para cerca de 100 famílias no município. A atividade não apenas promove a preservação ambiental e a conservação de espécies, mas também fortalece o desenvolvimento socioeconômico da região.
O título de Capital Nacional da Meliponicultura reforça o compromisso de Santa Rosa de Lima com práticas sustentáveis que aliam economia e ecologia. A cidade surge como exemplo de como a interseção entre conhecimento tradicional e inovações pode fomentar um futuro sustentável, servindo de inspiração para outras localidades.
A meliponicultura em Santa Rosa de Lima destaca-se como uma ponte entre tradição e modernidade, assegurando a continuidade e prosperidade da região ao abordar questões ambientais críticas, enquanto oferece modelos de negócios sustentáveis e lucrativos.
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