Operação Terra Nostra é deflagrada e prefeito de Urussanga é preso

Vereadores e um servidor também foram presos
O prefeito de Urussanga, Luís Gustavo Cancellier, foi preso na manhã desta terça-feira (16) após a Operação Terra Nostra ser deflagrada pela 2ª Delegacia de Combate à Corrupção. Além dele, os vereadores Elson Roberto Ramos, conhecido como Beto Cabeludo, e Thiago Mutini foram presos, junto de um servidor comissionado.
Além dos quatro mandados de prisão preventiva, foram cumpridos nove de busca e apreensão, sequestro de valores e afastamento de servidores da função pública. Os nomes dos servidores não foram revelados. As informações são da Rádio Marconi e do portal 4Oito.
Suposto superfaturamento
O vereador Beto é proprietário de um dos terrenos que foi vendido para a prefeitura por um valor superfaturado, conforme aponta a investigação. De acordo com a Polícia Civil, o vereador arrematou o terreno em 2021 pelo preço de R$ 55 mil. Porém, no início deste ano, o mesmo imóvel foi vendido para a prefeitura no valor de R$ 643 mil.
Mesmo sendo o proprietário, o terreno não estava no nome de Beto, mas, sim, no nome de um ex-sócio. A situação ainda podia ser vista no portal da transparência da prefeitura. Ainda durante as investigações, testemunhas relataram às autoridades que o vereador era realmente o proprietário do lote.
O suposto valor superfaturado seria para pagar o apoio político de Beto, já que o vereador era de oposição ao prefeito até o início do ano passado. Na metade de 2023, ele mudou sua posição, o que gerou descontentamento no próprio partido. Em julho, ele desistiu de um recurso especial que pedia o retorno da sequência da Comissão de Inquérito Processante contra o prefeito. A investigação se dava em relação a possíveis irregularidades do serviço de caminhão pipa.
Investigações iniciaram em março
A operação foi desencadeada no dia 21 de março. Segundo informações da Rádio Marconi, a polícia chegou a sequestrar o valor de aproximadamente R$ 1,35 milhões de bens para garantir o possível ressarcimento do dinheiro público desviado.
As investigações apuram eventual falsidade ideológica relacionado ao laudo de avaliação, assim formulado pela comissão de avaliação constituída pelo chefe do Executivo. Supostamente, ele viabilizou a aquisição de dois imóveis. Não é descartada a participação de outras pessoas.
Segundo a Polícia Civil, as penas dos delitos investigados, se somadas, podem chegar a 33 anos de reclusão. As investigações continuam para verificar o envolvimento de outras pessoas.