Análise: Tomada de Laguna 2024 encanta com história emocionante e vibrante

O espetáculo é grandioso, mas conta com alguns problemas em sua montagem
A Tomada de Laguna 2024 já entrou para a história. Inesquecível, o evento encanta todos os espectadores com uma história emocionante e vibrante, e ainda deixa com um gostinho de “quero mais” para uma próxima edição.
Muito diferente de ir ao cinema ou em um teatro convencional, a Tomada de Laguna é um evento teatral ao ar livre, e neste ano, com uma pitada de cinema. Cenas foram gravadas por todo o elenco, localizando o espectador em telões sobre os acontecimentos históricos e qual cena viria a seguir durante o espetáculo ao vivo.
Não é tão difícil perceber a entrega e o empenho de toda a produção, desde o criador e roteirista, Adilcio Cadorin, que também dirige o espetáculo, até os atores Miguel Coelho e Thaís Melchior. Ambos atores do cenário nacional interpretam brilhantemente Giuseppe e Anita Garibaldi, esta última a qual é o rosto da Cidade Juliana.
Para quem tem o desconhecimento da história, seja da personagem ou do próprio acontecimento, pode ficar sem rumo nos primeiros atos. A roteirização é bem realizada, a partir da mente de um historiador e conhecedor do assunto, embora possa ficar confusa para alguns espectadores. Nem todos estão acostumados ou se preparam para saber do assunto, mesmo que nas telas o narrador faça questão de estar colocando, em datas e momentos, os acontecimentos históricos.
Fora a questão do roteiro, que é bem escrito, a montagem do espetáculo é o grande problema. Como no cinema, um filme precisa ter uma montagem, a depender do projeto, que seja de entendimento para o público. Na Tomada de Laguna, há algumas frentes que são diferentes do habitual, não começando pela vida da heroína desde menor, mas por um outro evento histórico, assim seguindo a vida da protagonista usando duas visões: a dela e de Giuseppe.
Embora seja um espetáculo ao vivo, os efeitos especiais foram o suficiente para levantar o público da plateia, aplausos e pedir por mais. Bem encenado e estruturado com o cenário, assim como as boas batalhas e escolhas certeiras para a trilha sonora, o evento conseguiu ser marcante na memória de quem o assistiu.
Em um aspecto geral, a Tomada de Laguna 2024 foi tão boa quanto anteriores, e não pelo fato de seus detalhes técnicos, mas, novamente, o elenco se sobressaindo. As boas atuações de dois atores nacionais, acostumados a serem vistos por diversas pessoas no set e milhões de pessoas na televisão e cinema, fazem com que haja uma facilidade para os próprios. Além disso, a dinâmica de Thaís e Miguel ainda ajuda na questão para a trama, preparada com o intuito de emocionar e surpreender o público.
Veredito: A Tomada de Laguna é um evento emocionante, marcante e inspirador, e merece ser mais reconhecida em toda Santa Catarina e o Brasil.
NOTA: 9/10